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20/01
17h

Sociologia e estatistica de Augusto Comte a Pierre Bourdieu: uma tradição francesa?

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No interior da sociologia francesa, existe uma tradição pouco conhecida e raramente evidenciada do uso das estatísticas. Sua originalidade reside no esforço para escapar da alternativa habitual da defesa incondicional ou da crítica sistemática das estatísticas. Esta tradição considera que as estatísticas são uma ferramenta potencialmente preciosa, potente e, às vezes, incontornável, mas desde que o uso seja acompanhado de uma reflexão sobre seus limites e seu alcance. Neste sentido, convida a um uso reflexivo das estatísticas em sociologia, o que significa a integração entre a reflexão sociológica sobre os limites desta ferramenta, e sobre o que significa e implica recorrer a ela em sociologia. Embora não seja majoritária no interior da sociologia francesa, esta tradição tende a reunir figuras eminentes. Este debate se debruça sobre Augusto Comte, os sociólogos durkheimianos (particularmente Francois Simiand e Maurice Halbwachs) e Pierre Bourdieu, e se esforça em fazer aparecer, apesar das diferenças que separam estes sociólogos (especialmente pelo fato de terem trabalhado em épocas diferentes), uma continuidade em sua reflexão sobre as estatísticas.

07/10
18h

Jornada de estudos sob a direção de Marcia Consolim (UNIFESP, pesquisadora residente na Maison Suger) e Ioana Popa (ISP, CNRS/ENS).

Pesquisa científica supõe engajamento em instituições e participação nos debates públicos. Este seminário organizado pelo Grupo de Estudo e Pesquisa Science in Circulation (SciCi) abordará processos de construção de carreiras científicas destacando as especificidades da formação, a presença de mulheres e o ativismo político. Com apresentação da Profa. Ana Maria Fonseca de Almeida (UNICAMP), Profa. Maria Cristina da Costa Marques (FSP-USP) e Profa. Daiane Silveira Rossi (FIOCRUZ).

Serão emitidos certificados de participação para os inscritos.

06/02
16h

Seminário Aberto do Núcleo Discente - SciCI-IEAC A Difusão das Ciências Humanas Hoje: o contexto francês em questão

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A maior presença de pesquisadore.as, professore.as e estudantes das ciências humanas e sociais em plataformas digitais, bem como televisão, jornais, revistas e toda uma estrutura organizada de mídia suscita novas questões para a sociologia. A construção desses espaços de difusão tem sido analisada por estudos mais recentes sobre as causas, impactos e perspectivas dessas práticas em relação à universidade. Assim, a partir da experiência internacional na França, a mesa tem como objetivo discutir os condicionantes que produzem essa circulação. Organizado no âmbito do núcleo discente do SciCi-IEAC, o seminário aberto intitulado “A Difusão das Ciências Humanas Hoje: o contexto francês em questão” acrescenta alguns elementos para esse debate. De modo geral, a dimensão do mercado de difusão da chamada “história pública” na França, seus limites e problemas em relação à universidade fomentam essa discussão.

Serão emitidos certificados de participação para os inscritos.

03/10
18h

O Segredo das Senhoras Americanas: intelectuais, internacionalização e financiamento na Guerra Fria Cultural

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Resumo: O livro sintetiza anos de pesquisa sobre a internacionalização de intelectuais – no sentido amplo que abarca certos artistas e estudantes – nas circunstâncias da Guerra Fria, especialmente nos anos 1950 e 1960. Analisa o círculo internacional comunista, onde atuaram Jorge Amado e seus camaradas da América Latina. Também trata do lado ocidental, organizado no Congresso pela Liberdade da Cultura, sediado em Paris, patrocinador da revista Cadernos Brasileiros com fundos dos Estados Unidos. Investiga ainda o intercâmbio oferecido a estudantes – que mais tarde se tornariam intelectuais, políticos e profissionais de destaque – para conhecer gratuitamente a Universidade Harvard e o modo de vida americano. Essas três passagens resultaram de financiamento internacional no contexto de disputa por corações e mentes na Guerra Fria, sem recursos do Estado brasileiro. O título do livro faz referência a esta última passagem, custeada pela Associação Universitária Interamericana, organizada por um grupo de mulheres de executivos estrangeiros. Elas nunca esconderam que parte dos fundos vinha de empresas multinacionais, nem que houvesse algum suporte oficial dos Estados Unidos. Mas souberam guardar segredo sobre o montante e sua procedência específica, pois sabiam que a descoberta afastaria o interesse de estudantes de esquerda a quem pretendiam cativar com a estada de cerca de um mês em seu país. O objetivo da obra é analisar sociologicamente passagens que podem iluminar a compreensão da Guerra Fria cultural naquele momento de modernização da sociedade brasileira, quando se contava com a participação de intelectuais para alcançar o desenvolvimento. As questões estruturais – abarcando as lutas entre capitalistas e comunistas, capitaneados pelos Estados Unidos e pela União Soviética, depois também por Cuba – foram abordadas a partir de experiências de pessoas e grupos que constituíram suas relações e redes de sociabilidade. A hipótese central do livro é que intelectuais participaram ativamente da disputa das grandes potências, apesar de não estarem a par de todos os fatos nem dominarem plenamente as regras do jogo. Foram usados pelas potências e suas instituições, contudo também souberam atuar com relativa autonomia, sem necessariamente se definir por um dos lados, criticando-os e também negociando com eles.

Serão emitidos certificados de participação para os inscritos.

07/10
18h

Política da ciência: história, atores, espaços e instituições da idade moderna ao mundo contemporâneo

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Pretende-se apresentar as questões mais gerais que orientaram a publicação do livro "Políticas da Ciência. História, atores, espaços e instituições da idade moderna ao mundo contemporâneo" publicado no Uruguai em 2022, e que começou a tomar forma ao longo do ano de 2020 no contexto da pandemia de Covid-19. O período em questão evidenciou de forma singular os vínculos entre ciência e política, especificamente entre conhecimento científico e poder de decisão. Estes vínculos adquiriram uma nova forma de visibilidade social e ocuparam um lugar central no debate público, tanto no Uruguai como em outras partes do mundo. Considerando-se que o ofício do historiador produz um tipo diferente de inteligibilidade, Rafael Mandressi e Vania Markarian convidaram colaboradores da América Latina, Europa e América do Norte para refletirem de forma ampla sobre a teia simultânea de relações entre esfera política e conhecimento científico. O livro resultante apresenta trabalhos originais sobre aspectos distintos da relação entre ciência e política em vários países do mundo. Os trabalhos envolvem três continentes distintos ao longo de cinco séculos e levam em conta atores, mediações, instituições, escala global e a própria ideia de "peste" que motivou essa iniciativa. Trata-se ainda de uma reflexão sobre o entrelaçamento entre história da ciência, história política, história social e história intelectual.

01/02
9h30

Jornada de Estudos sob a direção de Marcia Consolim e Wolf Feuerhahn: O que é uma Maison des Sciences de l’Homme

Fundada em 1963, a Fondation Maison des Sciences de l’Homme (FMSH) é uma entidade institucional e intelectual única que merece a atenção dos pesquisadores em ciências humanas e sociais. Inspirada no modelo da Fundação Nacional de Ciências Políticas, promovida por fundações filantrópicas americanas e financiada em grande parte pelo Estado francês, ela revela tanto as dinâmicas institucionais e acadêmicas francesas quanto a importação e aclimatação de modelos estrangeiros. O objetivo desta jornada de estudos é contribuir para escrever sua história. Trata-se não apenas de ter uma visão mais complexa da instituição e de suas políticas de pesquisa ao longo dos últimos sessenta anos, mas também de explorar mais profundamente, por esse meio, o espaço competitivo das instituições acadêmicas parisienses e francesas durante esse período. Que práticas e políticas de pesquisa eram cobertas pelo termo 'ciências humanas' em 1963, quando as faculdades de letras haviam acabado de ser renomeadas para faculdades de 'letras e ciências humanas' (1958) e a École Pratique des Hautes Études possuía uma sexta seção dedicada às 'ciências econômicas e sociais' (1947)? A relação com o 'internacional,' central para esta instituição, também merece ser historicizada: quais 'áreas culturais' (utilizando o vocabulário promovido por um de seus fundadores, Clemens Heller) foram estudadas primeiro? Modelos ou contra-modelos estrangeiros foram reivindicados? Como essa visão e prática do mundo foram transformadas ao longo de meio século, enquanto as relações internacionais evoluíam? A Fondation Maison des Sciences de l’Homme oferece assim um terreno maravilhoso para realizar uma história institucional e intelectual conjunta das práticas acadêmicas.

11/04
18h

O desenvolvimento da Sociologia Mexicana: uma comparação com Brasil e Argentina

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O primeiro artigo: “Jefes de escuela en la sociologia latino--americana”, analisa comparativamente as trajetórias dos sociólogos Gino Germani, Florestan Fernandes e Pablo González Casanova. Esses nomes lideraram no Bra­sil, Argentina e México, processos de modernização disciplinar na sociologia entre as décadas de 1950 e 1960, a partir dos seguintes parâmetros: as relações entre intelectuais e Estado, as modalidades de organização dos sistemas acadêmicos, o recrutamento social dos praticantes e as modalidades de produção intelectual. O segundo artigo: “Patrones de carrera de los sociólogos mexicanos (1951-1970)”, defende a hipótese de que a transformação das práticas e estilos de trabalho dos sociólogos mexicanos entre as décadas de 1950 e 1960 foi condicionada por uma alteração do recrutamento social e dos padrões de carreira vigentes na Escola Nacional de Ciências Políticas e Sociais da UNAM.

Serão emitidos certificados de participação para os inscritos.

07/03
14h

Conferência de Abertura: Nobert Elias dans le Paysage Universitaire Politique de l'Époque de Weimar

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O Prof. Christophe Charle discursou sobre suas recentes pesquisas que dizem respeito à vida do sociólogo Norbert Elias durante a época de Weimar.

Serão emitidos certificados de participação para os inscritos.

07/10
18h

Correspondência (1897-1927) de Marcel Mauss e Henri Hubert

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Marcel Mauss (1872-1950) e Henri Hubert (1872-1927) participaram da revolução que fixou as bases das ciências sociais modernas. Eles estiveram juntos enquanto colaboradores da revista L'Année Sociologique, mas foram também coautores de artigos ainda hoje considerados seminais, professores da École Pratiques des Hautes Études e, não menos importante, amigos íntimos. O livro Correspondências (1897-1927), publicado em novembro de 2021 pela Editora Garnier, permite pela primeira vez entrar em contato com essa colaboração a partir da 'porta de serviço', ou seja, de uma documentação que não está sujeita aos mesmos controles e às mesmas ingerências da documentação oficial. O evento colocará em contato as/os estudantes com os três editores científicos da obra: Rafael Faraco Benthien (historiador brasileiro, professor da Universidade Federal do Paraná), Christine Lorre (arqueóloga francesa, conservadora do Musée d'Archéologie Nationale de Saint-Germain-en-Laye) e Christophe Labaune (arquivista francês, instalado no Collège de France). Estes apresentarão o trabalho e responderão às questões das/dos estudantes.

Serão emitidos certificados de participação para os inscritos.

14/10
18h

Entre a universidade e o jornalismo: trocas e disputas no Brasil contemporâneo

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A partir dos pontos em comum nas pesquisas que desenvolvem, Aline Chiaramonte e Allana Meirelles propõem uma reflexão sobre as trocas estabelecidas entre o jornalismo e a universidade. Partem, assim, da compreensão da importância de se estudar a interseção entre diferentes campos e espaços sociais para a análise dos fenômenos e produções culturais e intelectuais no Brasil contemporâneo. Com extensas investigações, incluindo a realização de entrevistas, estudos de trajetória, levantamentos de dados para composição de morfologias sociais, exames das transformações ocorridas na imprensa, nos meios de comunicação e nas universidades, as pesquisadoras buscam abordar a economia da produção de informações, opiniões e visões de mundo no país, principalmente nas últimas duas décadas, que tem impactado a política brasileira assim como os rumos da educação superior. Por um lado, tem-se a análise da dinâmica própria ao jornalismo e às suas especializações que dá ensejo à veiculação de determinadas visões e divisões sobre a universidade pública nos principais jornais generalistas do país. Por outro, o estudo dos intelectuais midiáticos, que circulam por espaços de poder, universidade e imprensa, em uma rede de trocas, interdependências e concorrências, formulando problemáticas e visões sobre a universidade pública e a política brasileira.

Serão emitidos certificados de participação para os inscritos.

27/08
18h

A Fundação Ford e a institucionalização das Ciências Sociais no Brasil

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Felipe Colla Amorim (Leiden University) e Wanderson Chaves (FFLCH-USP) discutirão o papel desempenhado pela Fundação Ford no processo de institucionalização das Ciências Sociais brasileiras. A moderação e os comentários ficarão a cargo de Luiz Augusto Campos (IESP-UERJ).

Serão emitidos certificados de participação para os inscritos.

30/06
19h

As ciências sociais brasileiras no pós-1964: autoritarismo e experiência intelectual

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O Dr. Fabio Keinert apresenta junto com o Prof. Dr. Lucas Correia Carvalho (UFF) uma reflexão sobre um período chave da história das ciências sociais brasileiras, precisamente entre 1968 e 1985, para discutir alguns dos projetos institucionais e intelectuais desenvolvidos em um contexto autoritário. A debatedora será a Prof.ª Dr.ª Maria Carlotto (UFABC).

Serão emitidos certificados de participação para os inscritos.

07/10
18h

Enquadrando estudos sócio-históricos da Indústria Espacial

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Pesquisa científica supõe engajamento em instituições e participação nos debates públicos. Este seminário organizado pelo Grupo de Estudo e Pesquisa Science in Circulation (SciCi) abordará processos de construção de carreiras científicas destacando as especificidades da formação, a presença de mulheres e o ativismo político. Com apresentação da Profa. Ana Maria Fonseca de Almeida (UNICAMP), Profa. Maria Cristina da Costa Marques (FSP-USP) e Profa. Daiane Silveira Rossi (FIOCRUZ).

Serão emitidos certificados de participação para os inscritos.